O Governo Federal criou o Programa Farmácia Popular do Brasil para ampliar o acesso aos medicamentos para as doenças mais comuns entre os cidadãos. O Programa possui uma rede própria de Farmácias Populares e a parceria com farmácias e drogarias da rede privada, chamada de "Aqui tem Farmácia Popular". Tudo isso é muito bonito, tudo isso é o que diz o site oficial do Governo Federal. Entretanto, quando direcionamos este conceito para a cidade de Santarém, Pará. Não é bem isso que observamos.
Procuramos um Farmacêutico para nos explicar a situação:
"Sou Farmacêutico em Santarém e constantemente ouço de vários clientes, que na farmácia popular não há medicamentos e o sistema não funciona, ou está desatualizado. Escutei isso por aproximadamente o mês de junho todo e nesta última semana tive o conhecimento de que a farmácia encerrou suas atividades exatamente por não ter mais as medicações e por não ter o sistema atualizado, isso quem fala são os clientes que vem de lá, tristes, preocupados e muitos deles chateados falando a mesma coisa. Agora eu te pergunto, os pacientes podem esperar? A doença espera alguém? e as farmácias de outras redes particulares que tem parceria com o Governo que continuam com o mesmo programa, o sistema deles está atualizado? Eles tem os medicamentos? Eles conseguem suprir a demanda? Se a resposta é sim, porque então o Governo continua com a sua própria rede deficitária? Porque não deixar tudo em parceria? Estas Farmácias sempre possuem os medicamentos oferecidos pelo programa? (ás vezes escuto que não, e que os clientes para não ter que andarem mais, são obrigados a comprar o que tem nas particulares) Seria jogo de cartas marcadas? Seria tudo uma jogada das Farmácias Particulares? Quando tudo voltará ao normal, se é que vão voltar?
O Fato é que continuo a ouvir de vários clientes que me procuram (detalhe: a farmácia que trabalho não possui nenhum convênio ou parceria com esse sistema e sim é conhecida por vender os medicamentos mais baratos do Brasil, que proporciona ganhar vários clientes devido a esta falha grave desta rede de farmácias populares) todos os dias na farmácia que não vão mais procurar o serviço oferecido gratuitamente por esta farmácia e que preferem comprar as medicações em outras redes. Várias são as desculpas pra isso, uma delas é o cadastro que o cliente tem que fazer, que é muita burocracia. Outra é exatamente a falta das medicações e que, na falta procuram o que tem a disposição para comprar nas particulares, claro, sem ser de graça e bem mais caros.
Muitas perguntas, muitas dúvidas e nada de respostas oficiais do Governo ou de responsáveis locais por esta falha clamorosa. Com uma só farmácia popular na futura capital do Tapajós, Santarém está muito aquém de um programa realmente eficaz e gratuito de medicamentos para sua população que já ultrapassa os 300mil habitantes, infelizmente quem continua a sofrer com tudo isso é a população mais pobre, que não tem condições de adquirir estas medicações. E idosos, que são “roubados” todos os meses em seus mínimos salários com gastos em mais da metade com medicamentos. Até quando Santarém? Até quando Brasil?"
Com a palavra, nossos governantes.
Dr. Marcos Castello Branco
